A justiça divina e o desenvolvimento espiritual
Luziane Bahia principiou por historiar o progresso histórico da compreensão humana de Deus.
Num primeiro momento o espanto diante das potencias naturais desconhecidas. Depois com o desenvolvimento da inteligência e a paulatina compreensão da natureza o homem começou relacionar Deus com sua própria natureza criando os panteões politeístas em que se misturam forças da natureza com as características humanas.
O desenvolvimento da razão fez o homem perceber que Deus deveria ser um só para garantir a ordem do universo, mais ainda assim fez Dele um reflexo da sua organização social patriarcal com características das autoridades humanas.
O espiritismo propõe um passo adiante impessoalizando Deus e colocando como a "inteligência suprema causa primária de todas as coisas". Portanto a justiça divina perde a sua característica de reflexo das paixões humanas para se manifestar através da sua infinita inteligência e misericórdia.
No entanto é preciso lembrar do exemplo de Jesus para se adequar a justiça humana à justiça divina. Isso ficou claro na passagem evangélica sobre o apedrejamento da mulher adúltera onde Jesus contrapôs à justiça da letra que mata a justiça divina manifesta através da voz da consciência espiritual.
Kardec pergunta aos espíritos onde está escrita a lei de Deus e ele responde: na consciência.
Os imortais ensinam então que a verdadeira justiça Deus exerce na alma humana através do tribunal da sua consciências.
Mas ninguém estará condenado permanentemente porque através da reencarnação a misericórdia de Deus promove o esquecimento temporário do passado a fim de todos possam reconstruir seu caminho.
Portanto a Lei de Deus é Justiça fazendo cada um responder exatamente pelo que fez na Terra ou nos planos materiais. Mas também é misericórdia oferecendo aos seus filhos infinitas oportunidades de regeneração através das diversas reencarnações.
Cabe a cada um corrigir suas imperfeições morais a fim de abreviar seu sofrimento e encontrar o a felicidade através da consciência pura.
Marcelo Martinho
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